LadoB


vem algo a seguir…
dezembro 23, 2009, 1:01 am
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fragmento
julho 13, 2009, 11:59 pm
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Eu tento, ao mesmo tempo em vão e sem vontade, fugir do último plano de Nós que aqui estamos por vós esperamos. O repouso, a calmaria, o contraste com o início do filme – como que ali, naquele instante, todas as histórias das pessoas desse breve século calassem, e no emudecer delas fosse a minha que falasse. E fala no repouso, na calmaria. Ao contrário das outras (falas/cenas), aqui não há ação, movimento. É esse meu cenário. O início e o fim – do que? de tudo, responderiam – já passaram, me deixando apenas um grande epílogo. Caminhando entre aquelas cinzas institucionalizadas, teimo em não transformá-las num prólogo. Eles se foram, eu fico. Mas não há sensação de presença. Apenas repouso e calmaria.

Minha voz sequer falaria, assim?

Eles me / nos esperam. E temo que não estejam sendo frustrados.



horror
maio 17, 2009, 10:21 pm
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Quem anda acompanhando a cobertura em andamento do festival de Cannes não pode deixar de comentar a concentração, esse ano, de diretores fodásticos já conhecidos na programação e a presença assustadora de Isabelle Huppert, a (ótima) protagonista do (ótimo) A professora de piano, como a presidente do júri desta edição (“Não estou preocupada em ser diplomática, não é uma palavra que eu goste muito. Somos um júri, e não o Ministério das Relações Estrangeiras. Vamos discutir no momento certo, quando tivermos de discutir” hohohoh). Mas até agora, pra mim pessoalmente, o melhor texto foi o de Kleber Mendonça Filho sobre o novo filme de Lars Von Trier, Antichrist. É um texto delicioso de primeiras impressões, que ora faz o filme parecer um fiasco, ora o mostra como uma experiência imperdível. Como eu gosto do sadomasoquismo psicológico de Von Trier (principalmente quando ele configura interessantes questões políticas – Dançando no Escuro, Dogville, etc, etc) e adoro filmes de horror (os primeiros passos da minha cinefilia estão neles), tava mais que ansioso pra ver. Kleber, que em seus próprios filmes flerta de maneira bem interessante com o horror, me deixou ainda mais empolgado ao fazer referência a Inverno de sangue em Veneza, filme que eu adoro. Ainda bem que já tem distribuição garantida aqui no Brasil.

PS: falando em horror, hoje vi O príncipe das sombras, de Carpenter e gostei muito. Mesmo assim, não consegue superar Eles vivem, meu preferido dele, embora eu adore Halloween.



boas novas
maio 13, 2009, 12:09 am
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Sofia Coppola Helming Somewhere
Source: Variety April 17, 2009

Sofia Coppola (Lost in Translation) will shoot her next film at the iconic Chateau Marmont in Hollywood, reports Variety.

Stephen Dorff and Elle Fanning will star in the Focus Features dramedy Somewhere, which Coppola wrote.

The story centers on a bad-boy actor stumbling through a life of excess at the Chateau Marmont. With an unexpected visit from his 11-year-old daughter, he is forced to reexamine his life.

The movie will shoot in L.A. and Italy in June and July.



onde está aquela essência que era tão divina?
maio 5, 2009, 2:40 am
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Já faz um tempinho que vi “Watchmen” no cinema, mas, não sei por que, talvez pela vontade inexplicável de ouvir Dylan ultiamamente, só vim agora lametar por aqui: que pena aquelas atuações de nona categoria e aquelas lutas clichês à la Matrix que surgiam periodicamente no filme quando este tentava paulatimanete construir uma atmosfera interessantíssima… a direção de arte ficou tão boa… e aqueles créditos com “The Times They Are A-Changin'” realmente me fizeram acreditar que eu ia ver um filme super bom. Moore, nos quadrinhos (redundante repetir que são maravilhosos), usa a iconografia e o imaginário da cultura de massa norte-americana para expressar medos, desejos e críticas relativos a uma época assustadora da história ocidental onde os próprios Estados Unidos foram uma figura central – época que continua nos assombrando hoje das formas mais diversas e variadas. Isso funcionou (ou funcionaria…), pelo menos pra mim, perfeitamente bem no cinema. A própria HQ é muito cinematográfica em minha opinião (o célebre travelling inicial que o diga, e as referências constantes a músicas me parecem até uma espécie de fantasma de trilha sonora). Mas aí o resultado foi essa coisa estranha, onde ora as músicas nos fazem flutuar, ora nos fazem ficar pasmos com o cinismo de mostrar a falta de sentido de seu uso para o filme como um todo. Uma aberração híbrida de filme mainstream e discurso artístico. Os elementos fortes da obra de Moore estão lá: a sensibilidade camp, a melancoloa nostálgia, a crítica social, mas tudo isso sem a qualidade do original. Saco. Em uma mídia como o cinema, penso que “Watchmen” poderia continuar desdobrando e ampliando muito aquilo que tem a oferecer.

By Veidt

By Veidt

By Veidt

By Veidt

By Veidt



maio 5, 2009, 2:26 am
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Às vezes eu quero me diluir até desaparecer nas linhas imensas da história.



Cultural Theory
maio 5, 2009, 2:22 am
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“Certamente esse contraste entre a Cultura universal e as culturas específicas é, em última análise, enganoso, uma vez que a pura diferença seria indistinguível da pura identidade (…) As formas mais inspiradoras [de política de identidade] são aquelas em que você reivindica uma igualdade com os outros no que diz respeito a ser livre para determinar o que é que você deseja se tornar. Qualquer afirmação autêntica de diferença tem, portanto, uma dimensão universal”  (Terry Eagleron).

Far from heaven

Far from heaven

Far from heaven

Far from heaven



olhar para o passado e para o presente ao mesmo tempo, explodindo-os
abril 10, 2009, 2:48 am
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Sermões

Sermões – a história de Antônio Vieira, 1989

São JerônimoSão Jerônimo, 1999

Cleópatra, 2007



palavra e utopia 2
abril 4, 2009, 8:30 pm
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Palavra e Utopia (Manoel de Oliveira, 2000)



palavra e utopia
abril 1, 2009, 5:12 am
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Palavra e Utopia, 2000

Tinha baixado, há algum tempo, vários filmes do diretor português Manoel de Oliveira a fim de conhecê-lo mais. Destes, só havia assistido A caixa, do qual gostei bastante: um olhar crítico e sensível sobre certos valores presentes na sociedade portuguesa. Hoje, vi outro, Palavra e utopia (2000). O nome tinha me chamado atenção, mas só pouco antes de assisti-lo de fato vim a saber que se tratava de um filme sobre “a vida e a obra” de Padre Antônio Vieira – um cânone da literatura de língua portuguesa. Isso me fez recuar, pois temi que o longa acabasse sendo mais uma materialização daquela adoração tediosa que muitos literatos fazem de seus Grandes Gênios. Fora que a história do “gênero” cinematográfico “biografia de personalidades importantes” não me trouxe à mente exemplos muito empolgantes. Contudo, acabei por ver o filme e — é verdade quando dizem que algo termina sendo prazerosamente bem melhor quando se esperava justamente o contrário. O filme é, perdoem-me a palavra, foda.

Toda a mise en scène foi construída por Oliveira para que o ator principal do longa fosse a própria obra intelectual de Veira – seus sermões, suas correspondências, suas idéias. Os próprios espectadores podem perceber por si mesmos como Vieria era um pensador à frente de seu tempo, com uma perspectiva muito mais ampla sobre os problemas de sua época (seu provincianismo nulo sendo, persistentemente, sendo figurado no filme por planos de águas inquietas do oceano – em sua época o único meio de conexão entre os diversos países do mundo que ensaiavam seus primeiros passos na construção de uma economia de mercado global – que retornam nos créditos finais). Todos os elementos fílmicos servem para contextualizar (e muitas vezes de maneira  extremamente bela) os textos de Vieira, de forma simples, sem excessos e sem as pompas exageradas de “filme histórico”. Depois de uma experiência assim, fica muito menos clichê falar palavras como “gênio”, “imperdível” e “magnífico”. Queria escrever mais sobre o filme, mas acabei encontrando tudo o que eu queria dizer aqui.